Segundo as alegações levantadas no final de setembro, às quais a agência Lusa teve acesso hoje, a vítima não apenas se referia a ele como “avô”, mas havia também “laços de afeto e de confiança” entre ambos. A criança ficava frequentemente na casa dos avós enquanto a mãe trabalhava, sendo o homem quem a buscava na escola em diversas ocasiões.
“Devido à relação familiar e ao convívio que mantinha com a criança, assim como pelo fato de ser o arguido quem a levava da escola para a sua casa, onde permanecia sob seus cuidados e do seu núcleo familiar durante longas horas, o arguido decidiu tirar proveito desta condição para realizar [com a criança] atos sexuais e, assim, satisfazer seus instintos libidinosos, o que ocorreu entre os seis e os nove anos” da vítima, enquanto esta estava matriculada no primeiro ciclo do ensino básico, pode-se ler na acusação.
Em um “número indeterminado de ocasiões”, o arguido supostamente abusou da criança, solicitando que “não contasse a ninguém”, uma ordem que a vítima seguiu por “medo de que não acreditassem nela e que isso destabilizasse a família”.
Em março deste ano, ao completar 9 anos, a criança “começou a se ferir… causando cortes, especialmente em seu braço esquerdo” e “revelou os crimes sofridos no ambiente escolar, o que levou a escola a notificar imediatamente a situação à Polícia Judiciária”, conforme informado na época por fontes policiais.
No final daquele mês, o agressor foi detido pela Polícia Judiciária e desde então está preso preventivamente aguardando julgamento no Estabelecimento Prisional de Lisboa.
O Ministério Público está atualmente no prazo para a possível abertura da Instrução do caso, que seguirá para julgamento caso tal não ocorra.
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