“A razão para a diminuição do número de candidatos [menos candidatos] é, de fato, a alteração das condições para a conclusão do ensino secundário, especialmente com a reintrodução dos exames nacionais, que tornaram-se novamente obrigatórios para terminar a escola secundária, além das duas provas de ingresso no ensino superior”, declarou o ministro, que se reuniu na quinta-feira com o Conselho de Reitores.
À margem da celebração do 50.º aniversário da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, localizada em Azurém, Guimarães, no distrito de Braga, Fernando Alexandre destacou que os números deste ano são semelhantes aos de 2019, quando as condições de acesso eram as mesmas.
“Não é, de maneira alguma, algo inesperado. Estamos, basicamente, a repetir as mesmas condições de acesso que tínhamos em 2019, e os números [deste ano] estão em linha com os [de 2019]. A queda é explicada principalmente por esse fato”, acrescentou.
Este ano, houve uma redução de aproximadamente nove mil candidatos ao ensino superior em comparação ao ano anterior.
Quando questionado se o aumento das rendas nos alojamentos influenciou a diminuição de candidatos ao ensino superior, Fernando Alexandre negou categoricamente essa ideia.
“Esse é um custo, é uma restrição, é necessário investir em alojamento, mas a diminuição que registramos este ano não tem relação com isso. Essa queda é justificada pela reintrodução dos exames nacionais”, reafirmou o ministro.
O titular da pasta da Educação, Ciência e Inovação, no entanto, lembrou que “o país está a realizar um grande investimento em alojamento”.
“No próximo ano, teremos 26 mil camas, que representam um aumento de mais de 11 mil em comparação a 2020. Estamos a investir fortemente nessa área, incluindo na Universidade do Minho. De fato, a maior residência será a da antiga fábrica Confiança, na Universidade do Minho, em Braga, e aqui em Guimarães também está a acontecer um investimento em alojamento”, enfatizou Fernando Alexandre.
Apesar de ainda haver espaço para crescimento nas faixas etárias mais jovens por meio do concurso nacional de acesso, o ministro revelou que na reunião com o Conselho de Reitores houve um consenso sobre a necessidade das universidades e politécnicos “também olharem para outros públicos”, uma vez que os percursos escolares “não são lineares”.
“Um estudante de 18 anos que não ingressou no ensino superior pode encontrar outras maneiras de retornar ao ensino superior mais tarde, podendo seguir uma carreira profissional; isso não compromete o futuro desses jovens. É claro que entrar no ensino superior abre mais possibilidades, mas hoje temos a oportunidade de termos trajetórias diferenciadas”, lembrou Fernando Alexandre.
Nesse contexto, o ministro ressaltou que é essencial ter um sistema preparado para acolher públicos que não ingressem necessariamente pelo concurso nacional de acesso ao ensino superior.
“E esse também foi um consenso estabelecido, de que as universidades e politécnicos devem criar condições para que os alunos que ingressam tenham as condições necessárias não só para acessar, mas também para concluir seus estudos. Afinal, são investimentos consideráveis que as famílias realizam, assim como o Estado, e ainda temos taxas de conclusão que estão muito abaixo do ideal”, advertiu Fernando Alexandre.
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