Aqueles que ganham um salário bruto de quatro a cinco mil euros por mês terão um desconto de 347 euros a menos de IRS no ano seguinte, devido à atualização automática dos escalões e ao novo alívio de algumas taxas deste imposto, já acordado no Parlamento. As análises foram realizadas pela EY, a consultora que previamente indicou que um solteiro recebendo 1.500 euros brutos terá uma “poupança” de aproximadamente 58 euros em 2026 devido a essas modificações.
No passado, a atualização dos escalões de IRS era determinada durante a elaboração do Orçamento do Estado, mas a partir de 2024 está prevista uma mecanismo de atualização automática baseado na produtividade e na inflação.
Com base nesses parâmetros, o Governo publicou, no Diário da República, uma portaria que estabelece que, por essa via, os escalões de IRS serão atualizados em 3,5% no ano seguinte.
Na proposta de Orçamento do Estado que o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, apresentará na sexta-feira, 10 de outubro, no Parlamento, o Governo poderá ainda avançar mais – terá a obrigação de fazê-lo para evitar um aumento da carga fiscal em relação aos parâmetros de aumento salarial do setor privado – mas pelo menos, essa atualização automática já está assegurada.
Outro ponto certo é que haverá um novo alívio do IRS no próximo ano, de 0,3 pontos percentuais nas taxas entre o segundo e o quinto escalão. Como o IRS é um imposto progressivo, os escalões superiores também serão beneficiados com essa redução.
Com base nessas duas mudanças, a EY já havia calculado que, por exemplo, um solteiro ganhando 1.500 euros terá uma diminuição de 57,92 euros em 2026. Além disso, um solteiro recebendo três mil euros terá um aumento de 203,72 euros no seu rendimento líquido no próximo ano.
Agora, a consultora calculou que para aqueles que ganham salários de quatro e cinco mil euros brutos, a economia poderá chegar a 347,19 euros.
Vamos aos exemplos concretos. Para um solteiro, sem filhos, recebendo quatro mil euros brutos por mês, o IRS a pagar neste momento é de 14.134,13 euros. No próximo ano, com as medidas mencionadas, a obrigação fiscal será de 13.786,94 euros. Ou seja, o rendimento líquido anual desse contribuinte aumentará em 347,19 euros, de acordo com a EY.
No caso de um casado (com dois titulares) com um filho e recebendo cinco mil euros de salário bruto mensal por titular, a economia total será de 694,39 euros. Vale destacar que esse valor é para o total dos dois titulares. Por contribuinte, a poupança será de 347,19 euros, em conformidade com o exemplo já mencionado.
<pAssim, em vez de pagar 38.782,58 euros de IRS durante o ano, esse casal passará a ter que entregar ao Fisco apenas 38.088,19 euros.
E quanto aos pensionistas? A economia será similar, segundo as simulações da EY. Um reformado solteiro com uma pensão de quatro mil euros brutos verá sua fatura de IRS cair de 14.891,37 euros para 14.544,18 euros, resultando em uma poupança de 347,19 euros.
Por outro lado, quem recebe uma pensão de cinco mil euros brutos mensais verá o IRS a pagar diminuir de 21.135,37 euros para 20.788,18 euros, possibilitando mais 347,19 euros para o aposentado.
A proposta de Orçamento do Estado para 2026 será entregue na sexta-feira, dando início a um processo de negociação com os vários partidos. As taxas e escalões de IRS que resultarem desse processo poderão ser diferentes das utilizadas nestas simulações, podendo, assim, a ““poupança”” para os contribuintes portugueses tornar-se ainda mais significativa, conforme as decisões do Parlamento. A votação final do Orçamento do Estado está marcada para 27 de novembro.
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