“Desde o início do ano até agosto, observou-se uma evolução favorável no atendimento de urgência, resultando em uma diminuição total de 34% nos dias de fechamento nas várias áreas – adultos, pediatria e obstetrícia”, disse o organismo liderado por Álvaro Almeida à agência Lusa.
Conforme a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS), a redução nos primeiros oito meses de 2025 representa, ao todo, menos 481 dias de fechamento em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Durante os meses de verão — de junho a agosto — que a DE-SNS considera ser “tradicionalmente mais desafiantes devido ao aumento da demanda e limitações de recursos”, foi possível diminuir os dias de fechamento em 41% em todas as áreas, o que traduz em menos 285 dias de encerramentos (-85% na urgência geral, -48% na pediatria e -35% na obstetrícia).
Segundo a DE-SNS, no final de semana de 15 de agosto, que foi “mais complexo” devido a férias e ao feriado, “foi possível garantir a abertura em 100% das urgências gerais, 98% na pediatria e 90% na obstetrícia”.
“Apesar das melhorias, ainda existem problemas decorrentes da grande escassez de recursos humanos, principalmente nas áreas de ginecologia/obstetrícia e pediatria”, admitiu a direção executiva, enfatizando que essas “limitações impactam diretamente o funcionamento” da rede de urgência, cujo modelo tem “apresentado fragilidades ao longo dos anos”.
Entre janeiro e agosto, os serviços de obstetrícia que registraram o maior número de dias de fechamento foram os atendimentos de urgência das unidades locais de saúde (ULS) Arco Ribeirinho e Almada/Seixal.
“No entanto, é importante esclarecer que o modelo de rotatividade vigente entre a ULS Arco Ribeirinho, ULS Arrábida e ULS Almada/Seixal possibilitou garantir a assistência na região da Península de Setúbal”, observou a DE-SNS.
Para a Península de Setúbal, que enfrenta a maior criticidade devido à falta de profissionais de saúde para compor as escalas, o Governo pretende criar, em breve, uma urgência regional de obstetrícia, com o Hospital Garcia de Orta operando continuamente e o de Setúbal recebendo casos encaminhados pelo SNS 24 e pelo INEM.
A possibilidade de fechamento da urgência obstétrica no Barreiro levou, recentemente, dezenas de usuários a protestarem contra essa solução em uma concentração em frente ao hospital. Os prefeitos da região também já se manifestaram contra essa medida.
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