O país lidera pelas taxas de aumento no custo da habitação na Europa por mais um trimestre, com incrementos de dois dígitos.
Portugal continua a ser o país europeu com o maior crescimento nos preços das habitações, marcando o segundo trimestre consecutivo de alta. Os custos aumentaram mais de 16% no primeiro trimestre e mais de 17% no segundo trimestre deste ano em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Os dados proporcionados pelo Eurostat indicam que os preços das habitações em Portugal continuam a escalar.
No segundo trimestre, Bulgária e Hungria acompanham Portugal com crescimentos superiores a 15%. No primeiro trimestre, Bulgária e Croácia também estavam entre os principais países, com aumentos superiores a 13%.
Em contraste, a média dos preços na Europa apresenta um aumento bastante inferior: quase 6% no primeiro trimestre e 5% no segundo, distantes das taxas experimentadas em Portugal.
Entre 2010 e o segundo trimestre de 2025, os valores das propriedades na União Europeia dispararam mais de 60%, enquanto os alugueis aumentaram quase 29%.
Os preços das casas na UE crescem de forma contínua há seis trimestres. Antes desse período, houve uma estagnação entre 2015 e 2022, seguida por uma leve queda seguido de uma estabilização, antes da nova alta que se iniciou em 2024.
Em 21 dos 26 países da UE, os aumentos nos preços das propriedades superaram os dos alugueis. A Hungria lidera essa corrida, com uma alta impressionante de 277%, seguida pela Estónia com 250% e pela Lituânia com 202%. Portugal ocupa a sexta colocação com um aumento de 141%. A Itália é o único país onde os preços de aluguer registraram uma queda (-1%).
No que diz respeito aos alugueis, os maiores aumentos foram verificados na Estónia (218%), Lituânia (192%) e Hungria (125%). A Grécia, por sua vez, é o único país onde os valores recuaram (-9%).
Recentemente, o Governo apresentou um pacote legislativo que inclui a redução do IVA de 23% para 6%, assim como incentivos fiscais para proprietários e inquilinos com o objetivo de estimular o mercado de aluguer.
No entanto, as medidas têm sido alvo de críticas, uma vez que beneficiam mais os proprietários do que os inquilinos. Segundo as contas divulgadas pelo jornal “Expresso”, se os inquilinos economizarem 200 euros, os senhores de habitação podem lucrar cinco vezes mais.
Adicionalmente, a garantia pública do Governo para jovens de até 35 anos tem sido alvo de controvérsias, pois está a inflacionar os preços das habitações em um mercado que já se encontra aquecido.