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O médio escocês Scott McTominay vive atualmente uma nova fase da sua carreira: longe da pressão de ser uma promessa não realizada no Manchester United, ele destaca-se no Nápoles, que enfrenta o Benfica nesta quarta-feira na sexta rodada da Liga dos Campeões.
Durante muitos anos, McTominay lidou com a incerteza no United. Era considerado um atleta de “bom caráter”, mas nunca conseguiu se estabelecer de forma consistente, com titularidade intermitente, lesões e falta de confiança prejudicando seu desempenho. Após mais de vinte anos no clube onde cresceu (ele chegou a Manchester aos seis anos), McTominay decidiu que era hora de buscar novos desafios.
Em 30 de agosto de 2024, o escocês iniciou sua jornada fora dos limites conhecidos ao assinar com o Nápoles, num contrato avaliado em cerca de 26 milhões de libras. Desde que chegou a uma cidade onde o futebol é uma paixão vibrante (com o lendário Diego Maradona como figura inspiradora), McTominay passou por uma profunda transformação, não apenas em termos de clube, mas em sua própria identidade.
A diferença se tornou evidente: quando um jogador é apoiado por seu treinador, ele pode revelar seu verdadeiro potencial. Antonio Conte confiou plenamente em McTominay, compreendeu suas características e explorou ao máximo suas habilidades.
Na sua primeira temporada em Nápoles (2024-25), McTominay teve um desempenho notável: em 34 partidas da Serie A, ele se tornou peça crucial da equipe, marcando doze gols e fornecendo seis assistências. Muitos desses gols foram feitos sob imensa pressão, revertendo resultados e ajudando o Nápoles a conquistar o título italiano, com apenas um ponto à frente do Inter de Milão.
Arrisco a afirmar que nem o fã mais fervoroso do médio escocês poderia ter previsto tal impacto no jogo sob a direção de Antonio Conte e na liga italiana. Contudo, é inegável que ele se tornou o jogador mais valioso da Série A, recebendo o prêmio de Melhor Jogador da Série A 2024/25, uma honraria que surpreende apenas aqueles que não acompanharam sua extraordinária temporada.
Dentro da equipe italiana, o escocês se reinventou: não é mais apenas um “médio box-to-box” agressivo com a bola. Ele sempre teve instinto para o gol, mas agora se posiciona ainda mais em zonas de finalização. Sem perder sua presença física ou agressividade, ele incorporou grande inteligência tática ao seu jogo, tornando-se um dos médios mais completos do futebol atual.
Os fervorosos torcedores napolitanos viam McTominay como um talento adormecido e a sua contratação não causou grande alvoroço. Contudo, seu desempenho excepcional silenciou críticos, e ele se transformou em um ícone no clube, conquistando rapidamente o amor dos torcedores, grande respeito e até um apelido (“McFratm”).
Entretanto, o que McTominay faz pelo Nápoles é apenas parte da história. A Escócia redescobriu um herói quando, em 18 de novembro de 2025, ele marcou um incrível gol de bicicleta contra a Dinamarca, um momento memorável que ajudou a garantir a classificação da Escócia para a fase final da Copa do Mundo de 2026, a primeira desde 1998. Um gol que certamente estará entre os candidatos ao Prêmio Puskas.
Esse gol foi uma declaração das intenções do médio escocês: de classe, dedicação, sacrifício e liderança. McTominay demonstrou que ainda luta e está pronto para levar a Escócia de volta ao cenário internacional. Essa transformação na carreira de Scott McTominay não é mera sorte, mas sim uma conquista merecida, construído com dedicação, garra, consistência e muito talento.
Agora, com 29 anos completados, ele vive o auge de sua carreira e, com a confiança renovada, é visto como um símbolo de união, não apenas entre médios, atacantes e defesas, mas de uma geração que deseja voltar a acreditar, e quem sabe, não poderá surpreender no próximo Mundial.
A trajetória de Scott McTominay é um importante lembrete: no futebol moderno, talento por si só não é suficiente. Disciplina, entrega total e compromisso são essenciais. No Nápoles, ele encontrou tudo isso, acompanhado de um forte compromisso tático, exigências rigorosas impostas por Conte e o ambiente ideal para fazer seu talento florescer. Na Escócia, ele utiliza essas contas para honrar uma camisa, um país e um anseio que perdura há décadas.
McTominay não é mais apenas “um bom jogador que não se destacou no United”. Hoje, ele é um símbolo de resiliência. Um exemplo inspirador de reinvenção e consistência. Um médio moderno com alma, gol e coração.
Num mundo em que muitos desistem ao primeiro obstáculo, ele ressurgiu. E continua a provar que maturidade e confiança, junto com a determinação, podem transformar jogadores aparentemente comuns em estrelas mundiais.



