Nas últimas semanas, um grupo de 22 estudantes da Escola Básica de Rio Tinto participou de um Bootcamp de Voluntariado, organizado pela Câmara Municipal de Gondomar, como parte do Plano de Capacitação e Dinamização do Voluntariado em Gondomar 2025. Este programa foi idealizado para incentivar os jovens a se engajar em atividades cívicas e na intervenção comunitária, combinando formação, experiências práticas e momentos de troca intergeracional, desenvolvendo competências como empatia, responsabilidade social e cooperação.
A atividade foi conduzida pelo Banco Local de Voluntariado em colaboração com a Escola de Voluntariado Pista Mágica, realizando um total de 10 encontros semanais durante o ano letivo. A formação foi estruturada em quatro eixos principais: entender a função do voluntário na comunidade, interagir com diversas realidades sociais, identificar as necessidades do território e criar miniprojetos de voluntariado que possibilitassem aos participantes idealizar soluções e assumir um papel ativo em sua execução.
Durante esta jornada, os jovens participaram de várias iniciativas tanto na escola quanto em instituições parceiras do Banco Local de Voluntariado, onde ajudaram colegas com necessidades especiais, organizaram pequenas atividades educativas, se engajaram em projetos voltados para pessoas com deficiência e problemas de saúde mental, e exploraram várias maneiras de se envolver de forma responsável e construtiva. Cada encontro enfatizou a importância de observar o ambiente ao redor, pensar no próximo e agir com um propósito.
Um dos grupos decidiu aprofundar o projeto “Felicidade”, realizado no Centro Social e Paroquial São João da Foz do Sousa, focando no contato intergeracional. Essa iniciativa permitiu que os jovens conhecessem histórias de vida, auxiliassem em tarefas do dia a dia da instituição e formassem vínculos que, mais do que serem uma experiência passageira, proporcionaram um aprendizado mútuo significativo. Para muitos, foi a primeira vez que entenderam de maneira direta o quanto um simples gesto pode transformar o dia de outra pessoa e como, ao fazer isso, também se desenvolvem como cidadãos.
A cerimônia de encerramento do Bootcamp, que aconteceu na data de ontem, dia 10, no Centro Social e Paroquial da Foz do Sousa, reuniu os alunos e cerca de 50 idosos em um momento de confraternização e troca de experiências.
A Vereadora responsável pela cidadania, Aurora Vieira, teve a oportunidade de participar e destacou o impacto transformador da iniciativa, afirmando que “no Município de Gondomar acreditamos que uma comunidade forte se constrói com participação, solidariedade e oportunidades para todos” e que “o voluntariado é uma manifestação de cidadania ativa e um pilar fundamental da nossa estratégia municipal para a inclusão e o desenvolvimento social”.
A edil ainda ressaltou que o voluntariado deve ser incentivado de maneira inclusiva, “aberto a todos, independentemente da sua idade, capacidade, identidade, origem ou condição socioeconômica”, valorizando o potencial de cada indivíduo para contribuir e desenvolver-se por meio do engajamento comunitário. Ela enfatizou também que “essa estratégia deve começar junto da comunidade escolar e, por isso, iniciamos com um projeto-piloto em escolas, capacitando professores e técnicos da educação sobre a relevância do voluntariado”.
A experiência desta primeira edição estabelece agora as bases para que o trabalho iniciado nas escolas possa continuar a prosperar, ampliando as oportunidades de participação para mais jovens e promovendo uma cultura de cidadania ativa no município. Mais do que uma atividade extracurricular, esta iniciativa buscou mostrar a cada participante que o voluntariado começa quando se olha para o outro com atenção e que, ao fazer isso, todos se beneficiam: a comunidade, os jovens e o futuro que ajudam a construir.
O Bootcamp de Voluntariado faz parte da operação “Voluntariado Inclusivo e Educação para o Voluntariado”, financiada pelo PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, com um investimento superior a 160 mil euros, destinado a promover a inclusão social e a educação para o voluntariado, aumentando a participação de grupos tradicionalmente excluídos – como pessoas com deficiência, idosos, jovens e migrantes – em atividades voluntárias.






