O jovem de 22 anos que foi eletrocutado ao subir na parte superior de um comboio na Estação do Rossio, em Lisboa, encontra-se em estado crítico, segundo informações confirmadas pela Polícia de Segurança Pública (PSP) ao Notícias ao Minuto.
A vítima foi levada ao Hospital de São José após receber atendimento dos serviços de emergência médica no local.
A mesma fonte revelou que, por volta das 15h00, teve lugar “uma ação de protesto social organizada por cidadãos a título individual” na Praça Martim Moniz, em Lisboa.
“Depois da concentração, foi realizada uma marcha de solidariedade com a GLOBAL SUMUD FLOTILLA, que seguiu de Martim Moniz até o Rossio – Praça D. Pedro IV. De modo inesperado, parte dos manifestantes adentrou a estação da CP do Rossio”, foi indicado.
A força de segurança informou que as Equipas de Intervenção Rápida do Comando Metropolitano de Lisboa e do Corpo de Intervenção da Unidade Especial da Polícia acompanharam e monitorizaram “a ação de protesto social desde o início” e também intervieram “dentro da Estação do Rossio para retirar os manifestantes que entraram naquela área, bloqueando a circulação ferroviária, resolvendo assim o incidente”.
No entanto, a mesma fonte policial destacou que a PSP “continua a acompanhar alguns manifestantes que permanecem na Praça D. Pedro IV, em Rossio”.
Importa ressaltar que, segundo a agência Lusa, um manifestante foi derrubado por um agente da PSP para impedir que forçasse a entrada nos terminais de trem, antes da chegada de 14 elementos da Brigada de Intervenção Rápida.
Ademais, uma das organizadoras do protesto esclareceu em declarações à RTP que a situação “nada teve a ver” com a marcha ocorrida neste sábado. Ao contrário, no final do protesto, alguns manifestantes se sentaram no chão da estação “de forma orgânica”.
Participação Excepcional em Manifesto de Apoio à Flotilha
Mais de três mil pessoas participaram da manifestação em apoio aos ativistas da Flotilha Global Sumud que foram detidos pelas forças israelitas na quarta-feira.
“Era previsto que apenas 500 pessoas comparecessem, mas 3.000 acabaram se unindo ao final da manifestação. Estou certo de que esse número foi bastante superado”, afirmou um agente à Lusa após a marcha, que chegou ao Rossio às 16h55.
A dirigente do Bloco de Esquerda e irmã da deputada Mariana Mortágua, que está detida desde 1 de outubro, foi uma das figuras que participou da concentração. Joana Mortágua não quis fazer declarações, mas confirmou que as últimas notícias que recebeu sobre os portugueses detidos em Israel são de sexta-feira.
Recentemente, Mariana Mortágua enviou uma nota à família informando que estava em uma cela com outras 12 pessoas, “sem comida nem água durante 48 horas“.
“Nem sabemos se a Mariana tem noção de há quantas horas está presa. Ninguém sabe se ela conseguiu dormir ou não. Israel não é conhecido por respeitar os direitos humanos nas prisões, não podemos assumir nada. […] O que sabemos é que Israel deu garantias ao Governo português de que trataria as pessoas com dignidade, mas não há dignidade alguma”, denunciou Joana Mortágua em declarações à SIC Notícias.
Uma fonte oficial do Governo garantiu que os quatro portugueses detidos em Israel estão “de boa saúde, apesar das condições difíceis”. Contudo, “várias queixas” motivaram um “protesto imediato” da embaixadora portuguesa em Israel.
Helena Paiva, que visitou os ativistas, “pôde confirmar que todos estavam bem de saúde, apesar das duras e difíceis condições enfrentadas ao chegarem ao porto de Ashdod e no centro de detenção”, segundo informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) em uma nota enviada à Lusa.
Os detidos “não foram submetidos a violência física, apesar das várias queixas – que levaram a um protesto imediato da embaixadora de Portugal em Israel”, acrescentou o Palácio das Necessidades.
Entre os mais de 450 participantes da missão humanitária que foram detidos pelas forças israelitas, estão a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício, e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves, que foram interceptados entre quarta e quinta-feira, quando cerca de 50 embarcações que compunham a flotilha foram detidas.
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