A cidade do Porto sediou o II Fórum para a Inclusão Social, inserido no projeto “Comunidades Vivas, Coesas e Inclusivas”.
Integrar, Transformar e Consolidar são os alicerces de uma abordagem de coesão social que fortalece a colaboração entre as autarquias do Porto e Gondomar. Com o intuito de reforçar iniciativas sociais inovadoras que consigam enfrentar os desafios complexos da exclusão, pobreza e desigualdades territoriais em um contexto urbano e metropolitano, o Fórum para a Inclusão Social reuniu novamente responsáveis políticos, especialistas, acadêmicos, profissionais e a comunidade local para construir um futuro mais inclusivo nas duas áreas.
Ao dar início ao evento, Ana Luísa Gomes, Vereadora da Coesão Social, enfatizou que o fórum ocorre “num período particularmente exigente para as políticas sociais locais” e que os municípios enfrentam realidades cada vez mais complicadas, caracterizadas por desigualdades persistentes, novas formas de pobreza e fenômenos de exclusão que se tornam cada vez mais difíceis de identificar e combater”. A autarca reforçou que este espaço de reflexão técnica e política é crucial para analisar as ações em curso, avaliar o efeito das respostas disponíveis e ajustar estratégias sempre que preciso.
A Vereadora também destacou que a política de coesão social do Município de Gondomar tem sido estruturada em torno de três pilares essenciais: proximidade com as comunidades e os territórios, articulação entre os serviços municipais, organizações sociais e parceiros, e a avaliação contínua das ações implementadas, numa abordagem que “só é eficaz quando assenta no conhecimento profundo das realidades locais e na confiança entre os diversos atores”.
Na visão de Ana Luísa Gomes, “a coesão social não é um discurso vazio nem uma questão secundária da atividade política, [mas] uma responsabilidade fundamental do governo local e um indicador da qualidade da nossa democracia”.
Simultaneamente, Gabriela Queiroz, Vereadora da Coesão Social do Município do Porto, reiterou a importância dos conceitos que guiaram o fórum: “Integrar significa valorizar a diversidade e garantir que ninguém seja deixado para trás. Transformar envolve inovar, desafiar as práticas existentes e adaptar as respostas às realidades concretas das pessoas e dos territórios. Consolidar é assegurar que os projetos, políticas e parcerias estabelecidas sejam sustentáveis e tenham um impacto duradouro”.
Com a certeza de que “as políticas públicas são mais eficazes quando são elaboradas de forma colaborativa, fundamentadas no conhecimento do contexto local, em evidências e na vivência de quem atua diretamente com as populações”, Gabriela Queiroz exaltou o valor do fórum como um espaço para refletir sobre “o futuro que desejamos construir”.
E porque “a inclusão social não é uma meta abstrata – é um compromisso cotidiano com as pessoas, com as comunidades e com o território [que] requer proximidade, escuta ativa, colaboração em rede e uma forte articulação entre o poder local, entidades sociais e a comunidade”, Gabriela Queiroz reafirmou o “compromisso da Câmara do Porto com políticas de inclusão social robustas, participativas e transformadoras”.
O programa do II Fórum para a Inclusão Social contemplou diversos painéis temáticos. O primeiro versou sobre os desafios de uma intervenção integrada, com a apresentação do Plano de Ação da Unidade Territorial Local da Área Metropolitana do Porto – Centro Oriental, ressaltando a urgência de respostas coordenadas entre os municípios. Em seguida, um painel foi dedicado aos novos modelos de intervenção colaborativa, onde foram compartilhadas experiências inovadoras como o Modelo de Atendimento Integrado e o projeto Guardiões dos Rios, que promovem uma atuação mais próxima, participativa e sustentável.
Na parte da tarde, o debate concentrou-se nos desafios que a educação enfrenta no poder local, discutindo temas como a mediação socioeducativa, literacia financeira e o papel da educação como uma ferramenta central para a inclusão, coesão social e promoção da igualdade de oportunidades.
Ao encerrar o fórum, a Vereadora da Educação da Câmara do Porto manifestou o sentimento de que “a educação e a coesão social são pilares indissociáveis de uma sociedade equitativa e próspera”. Matilde Rocha definiu a educação como “um compromisso integral com o desenvolvimento de competências, estimulando o pensamento crítico, a participação cívica e a inclusão de todos, em particular daqueles que historicamente têm menos oportunidades”.
A vereadora ainda salientou que “transformar desigualdades em oportunidades” requer “investimento em educação e no desenvolvimento de competências que preparem as novas gerações para os desafios do futuro, reforçando sua autonomia e empregabilidade, promovendo a inclusão social, que derruba barreiras e cria ambientes de vida seguros, dignos e acolhedores, além de um apoio próximo e integrado às famílias, especialmente aquelas em maior vulnerabilidade, garantindo que nesse processo ninguém seja deixado para trás”.
Para o futuro, e mesmo que “o caminho não seja fácil”, a autarca expressa sua “confiança de que, juntos, podemos integrar melhor, transformar com mais impacto e consolidar um modelo de desenvolvimento social mais justo, inclusivo e coeso”.
A Vereadora da Cidadania da Câmara Municipal de Gondomar, Aurora Vieira, parabenizou e agradeceu “o trabalho realizado pelas equipas técnicas dos dois municípios na execução desta vasto projeto integrado”, enfatizando “a dimensão e a complexidade da iniciativa ‘Comunidades Vivas, Coesas e Inclusivas’”. A autarca destacou ainda “a relevância dos diversos painéis do Fórum”, com ênfase no “poder local na definição e implementação de políticas públicas de educação”, defendendo a “importância de práticas e metodologias verdadeiramente integradas, colaborativas e participativas na comunidade”.
Aurora Vieira ressaltou também “a necessidade de financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência como um elemento crucial para a concretização dessas respostas” e destacou o impacto de iniciativas já em prática nos dois municípios, como a mediação socioeducativa e a promoção da literacia financeira, consideradas ferramentas essenciais “para fortalecer a inclusão, a autonomia e a coesão social nas comunidades”.
O evento foi realizado no contexto do projeto “Comunidades Vivas, Coesas e Inclusivas”, que busca articular diferentes áreas estratégicas – saúde, educação, habitação, meio ambiente, cultura, cidadania e capacitação – promovendo uma ação mais eficaz, com soluções sustentáveis e adaptadas às realidades locais.
O II Fórum para a Inclusão Social insere-se na iniciativa “Comunicação e Disseminação”, representando um investimento total de aproximadamente 160 mil euros, financiado pelo PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, no âmbito da Ação Integrada em Comunidades Desfavorecidas da Área Metropolitana do Porto, realizada em conjunto pelos Municípios de Gondomar e do Porto, entre janeiro de 2022 e dezembro de 2025.






