A atualização das propinas no ensino superior público em Portugal ocorrerá no próximo ano letivo, com o valor máximo da licenciatura a passar de 697 euros para 710 euros anuais, conforme confirmado pelo ministro da Educação. Ele assegurou que esse descongelamento das propinas, que se mantiveram inalteradas desde 2020, será acompanhado por um aumento das receitas destinadas à ação social.
O anúncio feito pelo Governo em setembro gerou controvérsia e provocou “lutas de estudantes em todo o país”.
Associações de estudantes de Lisboa, Porto e Caldas da Rainha decidiram realizar uma manifestação em frente à Assembleia da República no dia 28 de outubro, que será o último dia de discussão do Orçamento do Estado para 2026. Essa informação foi compartilhada por Guilherme Vaz, presidente da associação de estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade NOVA de Lisboa, uma das entidades que apoiam o protesto.
“O nosso objetivo é reverter o aumento da propina e retomar o caminho da gratuitidade. Lançámos a campanha ‘Ninguém Fica Para Trás – Gratuitidade Já!’, na qual participaram milhares de estudantes e, face ao entusiasmo, podemos afirmar que teremos uma grande manifestação em frente à Assembleia da República contra o Governo”, acrescentou Guilherme Vaz.
Os estudantes estão convencidos de que o aumento das propinas agravará a situação financeira de várias famílias com filhos a estudar longe de casa. Eles lembram que, este ano, houve uma redução de 10% no número de alunos que ingressaram em universidades e politécnicos através do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES).
“É preciso dar uma resposta nas ruas, criar um ambiente geral de contestação a esta medida, e caminhar no sentido de unir milhares de estudantes em torno de uma reivindicação – reverter o aumento da propina e retomar o caminho da gratuitidade”, defende a FCSH em um comunicado enviado à Lusa.
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