“Nunca agredi clientes ou funcionário naquele local”, afirmou no início do julgamento em que enfrenta cinco acusações de ofensas à integridade física.
O réu, o único a romper o silêncio, destacou que encerrou suas funções de segurança naquele espaço em 15 de outubro de 2023.
Os réus, com idades de 32, 34 e 48 anos, moradores de Esmoriz, Penafiel e Porto, foram detidos em 09 de janeiro pela Polícia de Segurança Pública, durante uma investigação de seis meses que os vinculou a vários crimes de ofensas à integridade física, ocorridos entre junho de 2023 e março de 2024.
Dois dos três réus são acusados de cinco crimes de ofensas à integridade física e estão em liberdade, sob termo de identidade e residência.
O terceiro réu, que se encontra em prisão preventiva, é acusado de 15 crimes de ofensas à integridade física.
De acordo com a acusação, durante um período de nove meses, os três seguranças, auxiliados por colegas não identificados, agrediram a soco e a pontapé mais de uma dezena de clientes de um estabelecimento noturno em Vila Nova de Gaia.
Na primeira audiência do julgamento, uma das clientes que supostamente foi agredida, e que se constituiu assistente do processo, relatou no tribunal que foi alvo de agressões físicas por vários seguranças, incluindo dois dos réus.
A testemunha, que estava no local com quatro familiares — todos supostamente agredidos —, contou que um mal-entendido entre seu sobrinho e um músico levou à intervenção de dois seguranças para expulsar o grupo, situação que se agravou quando a irmã e o cunhado se negaram a sair, resultando em agressões a socos e pontapés. Ela mesma também foi agredida, tendo levado um soco no rosto, caindo e fraturando o pé, o que exigiu cirurgia e um período de recuperação de seis meses.
Outra testemunha, frequentador regular do bar, relatou ter sido agredido por seguranças uniformizados a 50 metros da saída do estabelecimento, após uma discussão.
A testemunha descreveu que, após ser revistado na entrada e ter se envolvido em um desentendimento com outro cliente, foi abordado por um segurança e decidiu ir embora. Mais à frente, três seguranças, incluindo dois réus, correram atrás dele e de seu irmão.
“Não conversaram, partiram de imediato para agressão”, relatou.
Quando confrontado pelos advogados de defesa, a testemunha admitiu não conseguir identificar qual dos três seguranças foi responsável pela agressão, assim como seu irmão “trocou socos” com um dos intervenientes.
Nenhuma das testemunhas ouvidas esta manhã reconheceu o réu que, no início da audiência, negou qualquer participação nas agressões.
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